O JUIZO SOBRE A BABILÔNIA
“Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vêm mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra. Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres. Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com imundícias da sua prostituição. Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra. Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto.” (Apocalipse 17.1-6).
Não podemos nos esquecer de que o Apocalipse foi originalmente escrito para Igreja Cristã Primitiva, que sofria perseguições por parte do Império Romano. Esta perseguição era especialmente intensa, porque os verdadeiros cristãos eram os únicos que se recusavam a adorar o imperador.
Naquele tempo, os “Neros” impunham a todos os súditos do império a adoração a sua pessoa pelo menos um dia no ano. E como isto contraria totalmente a fé cristã, a qual ensina que somente devemos adorar ao Deus Vivo, aqueles cristãos se recusavam terminantemente a obedecer. Assim sendo, eles se autocondenavam à morte.
Temos estudado a respeito dos juízos de Deus sobre a humanidade portadora da marca da besta e adoradora da sua imagem. Terminados os juízos divinos sobre os rebeldes seres humanos, João começa então com a descrição da Babilônia, para, em seguida, falar do seu julgamento.
De acordo com a descrição do apostolo, não resta à menor duvida de que a Babilônia se trata de algo extremamente abominável, tendo em vista que além de seu objeto da ira de Deus é também da Sua ira.
No presente capitulo, inicialmente é caracterizada como uma mulher sentada no deserto, em meio aos juízos do final dos tempos. Ela é chamada de “grande meretriz” (Apocalipse 17.1) e depois de “Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra”. (Apocalipse 17.5).
É importante observarmos que satanás, em tudo e por tudo, sempre tentou imitar as coisas de Deus. E conforme ele vai sendo desmascarado, com o desenrolar dos juízos divinos, a verdade também vai sendo revelada.
Já vimos, por exemplo, que os personagens principais destes últimos capítulos do Apocalipse são o dragão vermelho (diabo), a besta que emerge do mar (anticristo) e a besta que emerge da terra (falso profeta).
Essa é a trindade satânica que se contrapõe à Santíssima Trindade. Mas agora surge um novo personagem: a Babilônia, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra. Justamente o oposto absoluto da noiva do Cordeiro – a Igreja arrebatada e glorificada.
Enquanto a Babilônia “se acha sentada sobre muitas águas” (Apocalipse 17.1), a Igreja do Senhor Jesus se acha no Céu, na presença de Deus. O anjo do Senhor revela a João o seguinte “... As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas.” (Apocalipse 17.15).
O capitulo 13 do Apocalipse nos apresenta o Império Romano restaurado, pois tanto o anticristo quanto o falso profeta emergem perspectivamente do mar e da terra.
Mas aqui, no capitulo 17, vemos algo novo, isto é, o anticristo que encabeça o falso profeta - e, portanto poderoso- mas que agora leva a mulher, conforme diz anjo para João: “... Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher.” (Apocalipse 17.7). Mas quem, afinal de contas, é esta mulher, ou esta Babilônia? Vejamos por partes o que o anjo falou com o apostolo João: “Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra. “(Apocalipse 17.1,2)
A primeira característica do caráter desta Babilônia é: grande meretriz. Ora, que razão, porventura, teria o anjo de Deus para chamar a babilônia de grande meretriz?
Sabemos que meretriz, ou prostituta, é a mulher que pratica o ato sexual por dinheiro. E essa característica não é do nascimento, pois todas as pessoas, por mais cruéis e rebeldes que sejam não nascem assim.
Pelo contrario, todos elas nascem imbuídas de inocência e pureza. Mais tarde, porem levadas pelas circunstâncias, escolhem o caminho eu mais lhes convêm.
Assim foi o nascimento da Igreja Primitiva, que no seu primeiro amor ao Senhor Jesus era inocente e pura na fé. Mas satanás, usando os imperadores romanos, partiu contra ela através de uma cruel e implacável perseguição.
Os fieis eram arrastados e lançados às feras ou queimados vivos diante de milhares de espectadores. E, mesmo assim, aquela gente corajosa não se intimidava diante das ameaças e da morte, pois mantinha acessa a chama da fé no Deus Vivo.
Isto impressionava de tal forma os romanos que eles acabavam por se converter também. Satanás, então, ao invés de ver o numero de cristãos diminuindo, viu aumentando cada vez mais.
Foi ai que ele percebeu que quanto maior e mais cruel era a perseguição, maior o numero e melhor a qualidade de cristãos. Então ele mudou a tática e forjou a conversão do imperador Domiciano ao cristianismo.
E, a partir de então, ele fez aliança do seu império com os verdadeiros cristãos, chamando-os para fazer parte do Império Romano. As benesses do Império, a luxuria, o poder temporal, além das satisfações carnais, foram apagando a pureza da fé e a dependência de Deus, para dar lugar à razão e à dependência do Império.
Esta aliança impôs à Igreja Cristã uma comodidade espiritual, de modo que aqueles que viviam pela fé, ou seja, na base do crer para ver, passaram a viver na base do ver para crer, isto é, de acordo com a lógica racional.
A união da Igreja Primitiva com o Império Romano fez nascer, então, a Babilônia. Daí, de virgem, pura e imaculada, ela passou à condição de meretriz, e até mãe das meretrizes e das abominações da Terra.
A sua prostituição se deve ao fato de ter ela abandonado o seu primeiro amor para se entregar, em troca de ouro e poder material, aos reis da Terra. A atitude da Igreja primitiva para com o Senhor Jesus foi à mesma de Israel para com o Deus dos seus pais. O profeta Isaias escreveu: “Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a terra.” (Isaias 54.5).
A Igreja Primitiva deixou o Senhor, e, como conseqüência da sua prostituição, nasceu uma gama de religiões, seitas e filosofias religiosas, radicalmente opostas às Sagradas Escrituras.
Bispo Edir macedo
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